13 de maio de 2009

Ante a Mediunidade

No trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas.Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa. Recordemos Jesus e os fenômenos do espírito.Ainda criança, ele se submete, no Templo, ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo.João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena con­sagração messiânica, ante as vozes diretas do Plano Su­perior, envia mensageiros para lhe verificarem a idonei­dade.Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até à cruz.Dos setenta discípulos designados para misteres san­tificantes, não há lembrança de qualquer deles, na leal­dade maior.Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma.Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento.Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, pro­cura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos.Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na en­trada triunfal em Jerusalém, não emerge uma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça.Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores.Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado.Pedro, fraco, fez-se forte na fé, e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até à morte.Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupe­ra o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvi­da as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio.Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa-Nova em suprema renúncia.Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fe­nômenos medianímicos.Encontrarás sempre, e por toda parte, muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas, apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aprovei­tá-los no serviço constante em louvor do bem.

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